HISTÓRIA
DA HIPERTROFIA:
Na
Grécia antiga conta a história que havia um super-humano
chamado Milon, esse notável ser treinava com um bezerro
nas costas a fim de aumentar a força dos membros inferiores,
e quanto mais pesado o bezerro ficava, mais sua força aumentava.
Os relatos mostram que Milon foi um dos primeiros a se preocupar
com a suplementaçao alimentar e que ele comia por dia 9
kg de carne, 9 kg de pao e 10 litros de vinho - gerando
um total de 57 mil kcal. Ele também era capaz de matar um
boi com as maos e come-lo sozinho. O nome da cidade de Milao
é em sua homenagem. Diz a lenda que morreu devorado por
lobos, pois ficou preso ao dar um golpe em uma árvore.
O
que Milon fazia inconscientemente era um príncipio que utilizamos
até hoje o príncipio da sobrecarga que nos fornece a tao
sonhada hipertrofia, o interessante é que ele nao tinha
os equipamentos que temos hoje e mesmo assim ele conseguiu
alcançar seu objetivo foi consagrado melhor lutador grego
da antiguidade, vencendo seis olimpíadas e conquistando
trinta e dois campeonatos nacionais.
Pensando
por um novo prisma o que Milon fazia era treinar o movimento
e nao somente seus músculos com esse tipo de treinamento
Milon conseguia trabalhar toda sua cadeia cinética em harmonia
facilitando seus engramas neurais para manutençao da sua
força e aumento tanto de força como de massa muscular.
Podemos
chamar esse tipo de técnica de hipertrofia funcional?
O
treinamento funcional é um treinamento inteligente que ensina
nosso corpo através de engramas neurais a gerir nossos movimentos,
ou seja, o objetivo é tornar o músculo mais sábio e eficaz
com isso teremos economia de movimento pois saberemos utilizar
os músculo certos na hora certa, em um movimento básico
da musculaçao o supino, muitos adeptos fazem força nos músculo
indevidos utilizam os ombros e tríceps em um suporte ambíguo
para subir a barra e o músculo que devia ser alvo é deixado
de lado pois o peitoral nao terá eficiencia muscular e esse
praticante terá hipertrofia e assimetria nos braços.
Muitas
máquinas de musculaçao podem causar assimetria, pois depende
do lado que estiver as polia pode forçar mais um lado do
que o outro e isso seria um desastre nos palcos, portanto
devemos elaborar nossas rotinas de forma inteligente pensando
em tudo até mesmo na biomecânica da maquina suas polias
açao da gravidade pois nosso esporte é uma ciencia que está
se tornando cada vez mais exata.
Os
atletas profissionais com o tempo de treinamento atingem
um platô e nao conseguem mais romper a homeostase e seus
corpos nao desenvolvem mais porque seus músculos já sabem
com eficiencia como erguer as cargas nos movimentos de musculaçao
aos quais foram treinados por anos a fim.
Esses
músculos precisam de um estimulo novo que solicite muito
mais dele e que eles tenham que se adaptar para suportar
esse novo estresse e o que o correra é que para que isso
aconteça os músculos terao que ficar maiores e mais fortes,
portanto romperemos esse platô e conseqüencia disso hipertrofia
em dobro e para o nosso atleta isso significa vitórias uma
atrás da outra.
Esse
estimulo é possível ser atingido através da técnica que
criei chamada hipertrofia funcional, em um estudo de eletromiografia
foi comparado a solicitaçao muscular em instabilidade e
em estabilidade o movimento que foi utilizado foi a flexao
de braços com as maos na bola e o supino convencional, foi
feito testes de eletromiografia nos músculos peitoral maior
e tríceps, a amostra foi de 20 universitários com o mesmo
nível de treinamento, a conclusao do estudo foi muito interessante
e nos faz refletir, em ambos os grupos o peitoral teve a
mesma solicitaçao muscular porém no supino teve que ser
acrescentado carga, mas a solicitaçao do tríceps foi muito
maior no push up flexao de braços com as maos na bola.
(Gregory J Lehman*1, Brandon MacMillan2, Ian MacIntyre1,
Michael Chivers1 and Mark Fluter2: Shoulder muscle EMG activity
during push up variations on and off a Swiss ball. Dynamic
Medicine 2006, 5:7 doi:10.1186/1476-5918-5-7.)
Biomecanicamente
o peitoral realiza aduçao e abduçao horizontal e o tríceps
realiza a extensao dos cotovelos isso nos leva a crer que
ambos os exercícios citados acima tem a maior solicitaçao
muscular de tríceps o estudo provou que no supino precisa
acrescer carga para ter a mesma solicitaçao muscular que
o push up maos na bola sem acréscimo de carga.
Nosso objetivo nao é profanar a musculaçao, mas sim dizer
que os atletas podem se beneficiar da hipertrofia funcional
combinando de forma inteligente exercícios para um maior
resultado.
Em
pré contest nossos atletas tem pouco glicogenio muscular
e pouca força por tanto nao conseguem suportar enormes cargas,
seria interessante nessa fase acrescentar movimentos que
de a mesma solicitaçao muscular que eles conseguiam em estabilidade,
mas quando eles estavam fortes e com muito mais glicogenio
e energia só que com menos carga.
Vale
lembrar que vamos nos validar da biomecânica para nos auxiliar
na montagem dos programas de treinamento, pois um supino
tem maiores solicitaçao de tríceps, e um crucifixo maiores
solicitaçao de peitorais se o objetivo é o peitoral deve
se fazer sua cinética ou seja aduçao e abduçao horizontal.
Para
colocarmos a instabilidade de forma correta sem invençao
e atos circenses devemos nos preocupar com o motor primário
ao qual queremos atingir.
Exemplo:
se colocarmos um push up para enfatizarmos o peitoral estaremos
dando um tiro no pé pois o mesmo tem como motor primário
o tríceps e assim acontece com o supino.
Podemos
começar um crucifixo no banco reto até fadiga imediatamente
após esse momento nós tiramos as cargas dos músculos colocando
na mesma cinética um crucifixo com os cotovelos apoiados
na bola o atleta continuará a ter intensidade, porém com
menos carga, essa metodologia no treinamento funcional se
chama descarregamento.
O
objetivo nao é criticarmos a musculaçao, mas sim termos
mais ferramentas de trabalho para conseguirmos colocar nos
palcos corpos perfeitos, simétricos impressionantes ao olhar
da populaçao e aumentar a performance de nossos atletas
e formarmos verdadeiros vencedores.
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